Campanha estimula curitibano a adotar alimentação saudável

O curitibano está comendo cada vez menos feijão, arroz, frutas e hortaliças, alimentos ricos em nutrientes e essenciais para a saúde. No ano passado, 54,5% da população da capital acima de 18 anos não consumiu hortifrútis conforme a recomendação de cinco ou mais dias na semana, de acordo com pesquisa do Ministério da Saúde. Além disso, 52,1% dos curitibanos adultos têm consumo de feijão inferior a cinco dias na semana, de acordo com o mesmo levantamento de 2017.

Nos Armazéns da Família da capital, que beneficiam cerca de 1 milhão de pessoas, foi constatada queda de venda de arroz e feijão, respectivamente, de 35,69% e 35,62%, entre 2013 e 2017.

Campanha

Para estimular o curitibano a adotar práticas alimentares saudáveis, a Prefeitura lançou a campanha “Comida de Verdade”, que começou na semana passada e propõe caminhos para que os curitibanos voltem a comer comida saudável, que vença a luta contra a obesidade e todas as consequências ruins de uma alimentação de baixa qualidade, em especial, o consumo de produtos industrializados.

“As ações visam a promoção da saúde e prevenção de doenças através do incentivo a práticas alimentares saudáveis e sustentáveis”, destaca o secretário municipal de Agricultura e Abastecimento (SMAB), Luiz Gusi.

De acordo com ele, a campanha procura incentivar a reflexão e o interesse da população para a manutenção e resgate da cultura alimentar, despertando o pensamento crítico em relação ao hábito alimentar e seu impacto para a saúde e o meio ambiente. “Priorizar o consumo de frutas, hortaliças e grãos, como arroz e feijão, é uma das melhores alternativas para a população reduzir os industrializados e melhorar a qualidade da alimentação”, observa Gusi.

Caminhando pelas ruas da capital, a população já se depara com criativos cartazes instalados no mobiliário urbano (pontos de ônibus e relógios), estimulando as pessoas a adotar bons hábitos alimentares.  “Stories” nas redes sociais da Prefeitura, vinhetas na TV do Ônibus e chamadas nas rádios convidam as pessoas a priorizar hortifrútis, evitar os alimentos industrializados e estimular a população a resgatar o hábito de cozinhar comidas saudáveis.

Nas próximas semanas, cartilhas de receitas começam a ser oferecidas on-line e vão inspirar a população a preparar molhos, bolos e temperos só com produtos naturais.

O excesso de consumo de fast-food e comidas industrializadas têm causado o agravamento de doenças cardiovasculares, uma das maiores causas de mortalidade do mundo. E segundo a Superintendente de Gestão da Secretaria Municipal da Saúde, Tânia Pires, o estresse e as mudanças de hábito são fatores que levaram as pessoas a deixar de investir na própria alimentação e consumir mais industrializados.

“As crianças estão ficando obesas e isso tudo já vai mostrar que lá na frente nós vamos ter uma péssima qualidade de vida caso as pessoas não mudem seus hábitos”, alerta Tânia.

A campanha envolve, além da SMAB, vários órgãos do município, como as secretarias da Saúde, Educação e Esporte, Lazer e Juventude (Smelj), bem como a Fundação de Ação Social (FAS). “Estão previstas, nos próximos meses, ações conjuntas nas Ruas da Cidadania, Armazéns da Família, sacolões, mercados, feiras, postos de saúde, escolas, centros de atendimentos da FAS e outros estabelecimentos da Prefeitura”, conta Gusi.

O secretário salienta ainda que a campanha terá iniciativas futuras de mobilização de fornecedores de estabelecimentos da Prefeitura ligados à segurança alimentar, como empresas que abastecem os Armazéns da Família, e de todo varejo da capital, desde os pequenos mercados até grandes redes de supermercados.

“A ideia é sensibilizar toda a cadeia, mostrando que o alimento nos une e, através dele, é possível promover a saúde e prevenir doenças”, completa.


Confira alguns dados que reforçam a importância da campanha Comida de Verdade:

52,1%

da população adulta de Curitiba tem consumo de feijão inferior a cinco dias na semana, de acordo com pesquisa de VIGITEL (Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico) do Ministério da Saúde, de 2017.

Entre 2014 e 2017,

houve uma redução de 13,5 pontos percentuais no consumo de feijão pelos curitibanos, mostrando tendência de queda na ingestão do alimento, segundo o VIGITEL de 2017.

54,5%

da população curitibana acima de 18 anos não consome frutas e hortaliças conforme a recomendação (5 ou mais dias na semana), de acordo com a pesquisa VIGITEL, divulgada  em 2017.

20,9%

dos curitibanos adultos consomem refrigerantes quase que diariamente, caracterizando a cidade como a segunda capital onde há maior consumo deste produto, segundo a pesquisa VIGITEL, de 2017.

68,82%

dos usuários das unidades de saúde de Curitiba, entre 20 a 59 anos, estão com sobrepeso e obesidade, segundo levantamento do VIGITEL de 2017.

35,54%

das crianças da rede municipal de ensino têm sobrepeso e obesidade, de acordo com o Sistema de Cadastro de Gestores de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde  (SISVAN Escolar).