Construção de sobrados da Cohab avança e alegra famílias do Parolin

O porteiro João Pinto, 53 anos, foi um dos primeiros moradores a chegar na Vila Parolin em meados da década de 70. Há mais de 40 anos ele vive nas margens do Rio Vila Guaíra e já perdeu as contas do número de enchentes que enfrentou.

O sofrimento, porém, está com os dias contados, pois a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) está concluindo a construção de 15 novas moradias para reassentar famílias do Parolin. A previsão é de que as casas sejam liberadas ainda neste ano.

“A emoção é grande, chega a arrepiar só de pensar em ir para um lugar melhor”, diz seu João, que enfrentou muitos anos de dificuldade. “A primeira casinha que eu fiz acabou caindo em um dia de forte chuva. No mesmo terreno construí outra mais alta e mesmo assim, quando alaga, a água vem toda para dentro”, conta ele.

A construção das 15 moradias foi iniciada e abandonada na gestão anterior. O trabalho foi retomado em abril deste ano, como cumprimento do compromisso do prefeito Rafael Greca de não deixar nenhuma obra parada na cidade. As 15 moradias representam investimento de R$ 536 mil, recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS).

Outro antigo morador do bairro será vizinho de João. O aposentado Dorvalino Theodoro, 76 anos, vai deixar a casa precária em que vive há 30 anos com a filha Jaqueline para ser transferido para um novo sobrado construído também no Parolin.

“Na última enchente tivemos que tirar o pai carregado de casa, a água chegava na cintura. Não tem como dormir tranquilo aqui”, conta Jaqueline. “Mas só de saber que o sobrado está quase pronto já vem uma sensação de alegria e alívio.”

Esperança

A aposentada Marlene Almeida, 63 anos, vive na mesma frágil moradia de madeira há 30 anos. Ali ela criou os cinco filhos, sempre convivendo com alagamentos. “A ansiedade é grande em mudar para a casa nova. Já visitei a obra e está ficando muito bonita. Essa casa é a minha esperança de ter uma velhice mais tranquila”, afirma.

O comerciante Roberto Gonçalves, 58 anos, vive no Parolin há quatro décadas. Empolgado com a perspectiva de mudança, ele faz planos. “Já comprei tijolo para construir o muro e estou parcelando móveis novos. Não quero levar nada velho, na casa nova vai ser tudo novo”, ressalta.

 

Foto: Rafael Silva