Dematite atópica acomete 20% da população

No dia 24 de abril (terça-feira), das 8h às 12h, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia – Paraná (Asbai PR), fará uma ação no hall do Hospital de Clínicas (Rua General Carneiro, 181) para conscientizar a população sobre a dermatite atópica. Esse é o tema da Semana Mundial de Alergia, que ocorre entre os dias 22 e 28 de abril. Durante o período, a Asbai PR distribuirá hidratantes hipoalergênicos, além de material informativo à população. A dermatite atópica é uma doença crônica que causa inflamação na pele, resultando em lesões avermelhadas que coçam e descamam. Ela é diagnosticada e tratada pelo médico especialista em Alergia e Imunologia.  

Estima-se que sua incidência vem aumentando gradativamente, principalmente em regiões urbanas, chegando a acometer até 20% da população brasileira. “Estudos recentes comprovam que ela pode surgir por um defeito genético em uma proteína da pele, o que causa uma perda da estrutura da barreira cutânea, deixando a pele mais suscetível à ação de substâncias irritantes e facilitando a inflamação. Além disso, existe um fator hereditário, ou seja, uma criança que tem pais com alguma condição da tríade atópica (asma, rinite e dermatite atópica) apresenta mais de 50% de chance de apresentar a doença”, explica Dra. Loraine Landgraf, Diretora da Asbai PR.

Além da questão hereditária, acredita-se que a condição esteja relacionada a outros fatores, como disfunções do sistema imunológico; problemas de permeabilidade da pele e exposições a substâncias irritantes. “Ela é mais comum na infância. Nos bebês, as lesões se apresentam na face e nas superfícies externas dos braços e pernas, já em crianças mais velhas e adultos essas lesões aparecem principalmente nas dobras do corpo, como as dos joelhos, braços e pescoço. Em casos mais graves, podem acometer grande parte da superfície do corpo”, esclarece Dra. Paula Bley Strachmann, Diretora da Asbai PR.

A característica principal da doença é uma pele muito seca com prurido (coceira) importante que leva a ferimentos, além de outros sinais, como por exemplo, alterações na cor da pele, vermelhidão e presença de pequenas bolhas. Em casos mais crônicos as áreas ficam mais espessas e descamativas devido à irritação e coceira prolongadas. “O ato de coçar a lesão pode deixar a pele ainda mais irritada e facilitar a invasão e contaminação das feridas por bactérias, principalmente o Staphylococcus aureus”, alertaDra. Elizabeth Mourão, presidente da Asbai PR.

Infelizmente, muitos pacientes desconhecem a importância do tratamento individualizado indicado por um médico especialista em Alergia e Imunologia. A dermatite atópica é diagnosticada em consulta, levando em consideração os sintomas, histórico médico e familiar e exame físico da pele. Vale ressaltar que a dermatite atópica, como a maior parte das doenças alérgicas, não tem cura, porém existe a possibilidade dos sintomas serem bem controlados com o tratamento. “Devido ao ressecamento, a base do tratamento é o uso de hidratantes para fortalecer a barreira da pele. Os pacientes devem ser orientados a aplicar esses produtos várias vezes ao dia, ou quando a pele estiver muito seca. Outro fator importante é evitar o contato com alérgenos ambientais, como poeira, fungos, pólen, epitélios de animais, substâncias irritantes presentes em cosméticos e produtos de limpeza doméstica. Banhos quentes devem ser totalmente evitados. O ideal é tomar duchas mornas, pois a água quente resseca ainda mais a pele, que já é seca na dermatite atópica”, complementa Dra. Loraine.

É importante lembrar o perigo da automedicação e de receitas caseiras, que podem inclusive piorar o quadro da doença. “O uso de anti-histamínicos por via oral ajuda no controle da coceira. Há opções de tratamento com medicamentos tópicos, que são colocados diretamente sobre a pele do paciente. Normalmente, é empregado um creme ou uma pomada de corticóide de uso restrito, devido aos seus efeitos colaterais. Nos casos mais graves, os pacientes poderão precisar de medicações orais, incluindo corticóides, imunossupressores, como ciclosporina e metotrexate, entre outros. Já em casos de complicações, como infecções secundárias, é indicado o uso de antibióticos. Somente o médico especialista em Alergia e Imunologia pode dizer qual o medicamento mais indicado para o cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento”, explica Dra. Paula.

Sobre as relações pessoais, “é importante que as lesões de pele não sejam motivo para exclusão, já que a doença não é contagiosa”, finaliza Dra. Elizabeth.