Estado tem mais 80 detentos com tornozeleiras eletrônicas

Mais 80 homens e mulheres que cumprem pena em regime semiaberto em unidades da Secretaria Estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná passaram a ser monitorados por tornozeleiras eletrônicas. São 22 presos do Centro de Reintegração Social de Londrina (Creslon) e outras 58 mulheres do Centro de Regime Semiaberto Feminino de Curitiba (Craf). Elas se somam às primeiras 14 detentas que já haviam recebido o equipamento no início deste mês.
A detenta Silvana Sebastiana dos Santos, 50 anos, é de Ivaiporã e está presa há oito anos por tráfico de drogas. Cumpre, há pouco mais de um ano, o regime semiaberto em Curitiba. Com a tornozeleira, ela já planeja voltar à vida normal e pretende escrever um livro sobre sua experiência na prisão.
“O meu plano é sair daqui, continuar com o meu trabalho e ficar perto do meu filho, que também está preso, para poder resgatar ele. Quero seguir todas as regras para poder voltar para minha cidade, aproveitar a vida com meus filhos e também escrever um livro, que vai se chamar Lágrimas da Prisão”, conta. Para ela, os anos em que ficou presa serviram como uma lição de vida. “Eu aprendi que essa vida não vale a pena. Aqui tivemos uma segunda chance e pudemos inclusive estudar.
Estou saindo cheia de cursos, com diploma e com muitas oportunidades. Aqui foi uma escola”, diz.
Em Londrina, as tornozeleiras foram colocadas nos presos com a presença da secretária estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes, do juiz da Vara de Execução Penal do município, Katsujo Nakadomari; e do diretor do Creslon, Reginaldo Peixoto.
O juiz Nakadomari explicou que analisou em torno de 45 pedidos para concessão do benefício e que nesse primeiro momento concedeu a 22 presos, mas acrescentou que já está analisando outros pedidos. “Os custodiados foram postos em liberdade mediante prévia aceitação das condições impostas, incluídas aquelas referentes ao monitoramento eletrônico”.
O magistrado explicou que a função do Juízo da Vara de Execuções Penais será de fiscalizar e acompanhar acerca do cumprimento das condições estabelecidas aos sentenciados, inclusive, caso necessário, enviando alertas à própria empresa de monitoração acerca de eventuais violações pelos beneficiários.

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