Investimentos contra cheias chegam a R$ 453 milhões. Veja como estão distribuídos

O prefeito Rafael Greca definiu como prioridade o andamento e a busca de mais recursos para obras contra enchentes em Curitiba. A cidade já conta com R$ 452,9 milhões garantidos junto ao Ministério das Cidades para projetos e obras nas bacias dos rios Belém, Barigui, Atuba, Iguaçu, Ribeirão dos Padilhas e Ponta Grossa.

Parte deste montante (R$ 148 milhões) está sendo aplicada em obras de macrodrenagem em andamento, nas bacias dos rios Barigui e Belém. Outros R$ 253,4 milhões são de projetos já aprovados e que aguardam a liberação de recursos por parte do Ministério das Cidades, também nas duas bacias.

Há ainda 5,8 milhões de projetos já licitados para a Bacia do Barigui no aguardo da autorização de início de obra pelo governo federal, e mais R$ 5,2 milhões em licitação, além de R$ 3,1 milhões em projetos contratados e outros R$ 37 mil autorizados a licitar.

Esse conjunto de obras e projetos faz parte do Plano Diretor de Drenagem da cidade. “Curitiba tem garantido investimentos pela competência técnica na execução de projetos contra enchentes. Nossa lista de prioridades inclui a liberação dos recursos federais, a execução das obras e uma ação maciça na prevenção”, afirmou o prefeito em reunião técnica, no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), nesta terça-feira (20/3), com a equipe do instituto e da Secretaria de Obras e Infraestrutura, da qual participaram secretário e vice-prefeito, Eduardo Pimentel, e o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur.

Na oportunidade, as ações contra enchentes foram detalhadas em apresentações do diretor da Secretaria Municipal de Obras Públicas, Augusto Meyer Neto, e do supervisor de Implantação do Ippuc, Sérgio Matheus Rizzardo.

Prevenção

No que diz respeito à prevenção, Greca pretende resgatar ações de educação ambiental que já foram referência em Curitiba com abrangência para todas as regionais e também junto à rede municipal de ensino. “Vamos produzir um conteúdo didático de como prevenir cheias, como não jogar lixo nos rios, respeitar a legislação de permeabilidade do solo, entre outras ações”, explicou.

A legislação de Uso do Solo de Curitiba define que 25% da área do terreno (o equivalente a ¼ do lote) deve ser permeável. Se uma determinada construção ocupar a totalidade do terreno, por exemplo, é necessário que haja tanques para a captação e contenção de água de chuva.

“Vamos garantir que a lei seja cumprida e atuar também nas ações permanentes de recuperação e manutenção com a revisão dos bueiros e galerias da área central, onde a infraestrutura está enterrada e é mais antiga”, disse Greca.

Calor e chuva

Nos próximos 20 anos, o aquecimento global deverá superar o limite de 1,5° Celsius estabelecido como limite para o período no Acordo do Clima de Paris de 2015, aprovado por 195 países que fazem parte da Convenção-Quadro da ONU sobre as Mudanças Climáticas (UNFCCC).

O alerta saiu de dados publicados pela agência de notícias Reuters, em janeiro deste ano, de um trecho de um relatório que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) deverá publicar no próximo mês de outubro.

“Os governos têm que começar a sugar o dióxido de carbono do ar se quiserem, de fato, limitar em 1,5 grau acima do que era registrado no início da era industrial o aumento da temperatura no planeta até 2040”, diz um trecho do relatório do IPCC divulgado pela Reuters.

Segundo cálculos do IPCC, cada grau acrescido na temperatura representa o aumento de 10% na quantidade de chuva precipitada.

Nos primeiros 15 dias de março choveu em Curitiba um volume 36% maior do que a média histórica prevista para o mês. Foram registrados 189 milímetros na primeira quinzena, para uma média 139 milímetros para todos os 31 dias de março, de acordo como Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).

A Prefeitura tem investimentos permanentes em ações contra enchentes. São bases do planejamento neste contexto o Plano Diretor de 2002 da então Superintendência de Recursos Hídricos (Sudersha); o Plano de Macrodrenagem de 2009; o Programa de Drenagem Sustentável (2010); o Programa de Prevenção a Desastres Naturais (2011); o Plano Diretor de Drenagem e o Plano Municipal de Saneamento Básico, aprovado pelo prefeito neste ano e que inclui os planos de drenagem, resíduos sólidos, por parte do município e de abastecimento e esgoto pela concessionária (Sanepar).


Investimentos em drenagem

Total de R$ 452.960.002,28 em repasses do MCidades garantidos ao Município de Curitiba

 

– R$ 253.431.523,62 em projetos aprovados aguardando autorização do MCidades para início do projeto licitatório (homologação da SPA)

Bacia do Rio Belém: R$ 215.552.553,35

Bacia do Rio Barigui: R$ 37.878.970,27

– R$ 148.149.727,28 em obras em andamento:

Bacia do Rio Belém: R$ 123.976.480,10

Bacia do Rio Barigui: R$ 24.173.247,18

 

R$ 5.250.101,32 em licitação:

Bacia do Rio Barigui: R$ 5.250.101,32 – Conduto forçado

R$ 5.846.296,80 licitado aguardando AIO do MCidades:

Bacia do Rio Barigui: R$ 5.846.296,80 – Ribeirão do Mueller

 

R$ 37.086.861,14 autorizados para licitar:

Bacia do Rio Atuba: R$ 29.325.539,99

Bacia do Ribeirão dos Padilha: R$ 7.761.321,15

 

R$ 3.195.492,12 em projetos contratados:

Bacia do Rio Ponta Grossa: R$ 195.492,12

Bacia do Ribeirão dos Padilha: R$ 3.000.000,00

 

Foto:Luiz Costa/SMCS