O que fazer para a lente de contato dental durar mais?

As lentes de contato dental estão ganhando cada vez mais adeptos, principalmente entre ricos e famosos – que são os mais dispostos a investir o valor de um carro zero para ter um sorriso branquinho e harmonioso. São lâminas de porcelana bem finas, de última geração, que transformam dentes manchados, quebrados, trincados, desalinhados, e até mesmo com alguns problemas ortodônticos fáceis de resolver, sem interferir na estrutura do dente, preservando sua força e vitalidade para que o paciente possa mastigar qualquer tipo de alimento. Textura, brilho, resistência e durabilidade da cor são pontos altos. Mas o que fazer para o resultado durar mais?

 

De acordo com Aônio Vieira, professor do Curso de Atualização em Laminados da FAOA – Faculdade de Odontologia da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), uma grande vantagem da nova geração de porcelanas é refletir a luz de modo muito semelhante aos dentes naturais. Sendo assim, a partir de imagens digitalizadas, o cirurgião-dentista pode até mesmo combinar o uso de lentes de contato dentais com outras técnicas, como clareamento e coroas. “Trata-se de um investimento com ótima relação custo-benefício, já que as lentes de contato costumam durar por volta de 15 anos ou mais. Um carro zero, por outro lado, tem garantia de apenas três anos. Brincadeiras à parte, é fundamental saber cuidar da porcelana para evitar intercorrências e fazer com que dure bastante”.

 

O especialista aponta uma boa higiene oral diária como um dos principais pré-requisitos para a durabilidade das lentes de contato dentais. “Embora não forme cárie em revestimentos de porcelana, eles normalmente deixam algumas áreas do dente natural expostas e que são passíveis de lesões de cárie. Por isso, ao escovar bem os dentes, o paciente evita esse tipo de ocorrência. A frequência das escovações, inclusive, permanece a mesma indicada para dentes naturais: ao menos três vezes ao dia, com uso de escova de cerdas macias e fio dental. A única diferença é que o creme dental não deve ser abrasivo, à base de bicarbonato de sódio, para não danificar a porcelana e encurtar sua vida útil”.

 

A saúde da gengiva é outra preocupação que a pessoa deve ter em mente para que seu novo sorriso dure mais. “O paciente deve prestar bastante atenção na gengiva e fazer todo o possível para evitar sangramentos e inchaços – que são sinais de inflamação, como a periodontite (gengivite). Essa condição costuma estar associada a uma deficiência na escovação e no uso do fio dental, já que há maior acúmulo de placa bacteriana que, com o tempo, pode calcificar. Em casos mais severos, pode haver perda da estrutura óssea que dá suporte ao dente. Mas há outras causas para o sangramento gengival, como excesso de força empregada na escovação, escova com cerdas muito duras, deficiência de vitamina K, ausência de vitamina C no organismo, alterações hormonais e até mesmo leucemia. De todo modo, se o sangramento persistir por mais de cinco dias, vale a pena consultar um cirurgião-dentista”, diz Aônio Vieira.

 

Quem opta por lentes de contato dentais também deve ter em mente que alguns hábitos precisam ser revistos. “Fumar é contraindicado”, alerta o professor – que chama atenção, também, para a necessidade de evitar morder objetos muito duros, roer unhas, mascar chiclete, usar os dentes para romper lacres ou abrir garrafas, e – no caso de laminados em resinas compostas – beber e comer alimentos que mancham os dentes. “Quem não consegue viver sem café ou vinho, por exemplo, deve se acostumar a enxaguar bem a boca logo após consumir essas bebidas. O mesmo ocorre com molho de tomate e molho de soja (shoyo). Caso contrário, com o passar do tempo, haverá alteração na cor da resina. Outro cuidado fundamental é o tratamento do bruxismo. Afinal, a porcelana não impede a fratura da raiz do dente que pode ocorrer depois de muito apertar e ranger. Se isso acontecer, a lente de contato deverá ser substituída por um implante e uma prótese de porcelana na mesma cor do sorriso, a fim de preservar sua naturalidade. Um recurso muito usado para atenuar esse risco é o uso de placas de silicone durante o sono”.

 

Fonte: Dr. Aônio Genícolo Vieira, professor do Curso de Atualização em Laminados da FAOA – Faculdade de Odontologia da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas).