O Terno lança clipe de “Pegando Leve”

O segundo single do quarto álbum do Terno é lançado em clipe que oscila num ponto entre a leveza e a angústia, o pop e a arte, a descontração e a seriedade e tantos outros contrastes que o trio traz consigo no novo trabalho “<atrás/além>”.

A bordo de um barco, que é também um ponto entre cais e mar aberto, O Terno constrói um clipe pop e ao mesmo tempo simbólico da bagagem que a banda acumulou e carrega hoje.

Assista aqui.

Como parte da trajetória do grupo paulistano, que existe há 10 anos, “Pegando Leve” é um componente da equação que o trio traçou de exatamente não traçar uma equação para a liberdade criativa mas de envolver o pacote todo do disco “<atrás/além>” em uma embalagem temática.

O Terno trata agora de um final de ciclo. Não com o peso da desesperança, mas sob o otimismo do desapego e o vislumbre de uma luz adiante. Escreve sobre os entraves da instantaneidade e ansiedade gerada em tempos millennials e questões comuns que ficam represadas.

O barco em que navegam durante o clipe entra na receita tanto como elemento estético quanto simbólico do navegar à deriva, e de ruptura – o se soltar na tentativa de mergulhar até a conquista dessa liberdade.

É retrato de um trio que amadureceu junto à própria obra, já que se formou quando havia recém-saído do colégio e foram passando etapas de ingresso na vida adulta enquanto lançavam seus três discos.

Guilherme Nasser, diretor do clipe, comenta: “Assim como o disco, o clipe de ‘pegando leve’ marca um novo momento da banda, a proximidade dos 30 anos e a necessidade que temos de olhar-nos e parar pra pensar um pouco. Também tinha que ser meio que o contrário do que vem se usando tecnicamente nos videoclipes; algo mais ‘errado’, entre o hi-fi e o lo-fi. A janela 3×2, o plano da cabine subexposto, a perda de foco, câmera na mão… tudo isso para nos levar a essa onda de fotos 35mm. Foi sobre o processo que conversamos muito desde o começo que nos juntamos para falar sobre o clipe e foi muito divertido fazer.”

A banda se sente segura em colocar em primeiro plano a orquestração parruda de violino, trompete e vibrafone enquanto narra a ambiguidade da geração millennial.

Por isso a atenção ao sentido literal e figurativo do barco, como um não-lugar, um espaço de transição de onde se dará ao salto para o (oceano do) desconhecido. Assim como as três esferas em cores primárias que este reboca, simbolizando a possibilidade infinita de se pintar o vazio ou o mar sem limitação criativa, como O Terno fez neste seu quarto trabalho.