Um dos mais belos animais do mundo, a onça pintada, continua muito ameaçada de extinção pela ação do homem. Principalmente no Centro-Oeste brasileiro onde são acusadas de serem responsáveis por grandes perdas nos rebanhos bovinos. Por isso, apesar de ser contra a lei, são mortas para acalmar os ânimos de fazendeiros e até mesmo de pequenos donos de terras. Em termos estatísticos, as onças são responsáveis por entre 1% e 1,5% das perdas dos rebanhos, números bem inferiores às cabeças que morrem vítimas de doenças, enchentes e outros males que atingem o gado.
O Pantanal matogrossense é um dos locais preferidos da onça pintada e lá foi instalado o Projeto Onçafari, que tem como principal objetivo conservar a vida desse belíssimo animal. Situado perto da cidade de Miranda, no Mato Grosso do Sul, o projeto monitora várias fêmeas e seus filhotes e o macho dominante na área de 58 mil quilômetros quadrados do Refúgio Ecológico Caiman, de propriedade do empresário Roberto Klabin.
Para reduzir o ataque das onças ao gado nada da vida selvagem é morto na fazenda. Com isso, esses felinos carnívoros e seus filhotes encontram muito alimento entre capivaras, jacarés e outros animais da fauna do Pantanal. Assim, segundo estudiosos, como gostam de variar bastante no cardápio, acabam por deixar de lado os bezerros. O responsável pelo Projeto Onçafari é o ex-piloto Mario Haberfeld, que correu durante muitos anos na Europa e Estados Unidos e, inclusive, chegou a ser piloto de teste da Fórmula 1.
Além de preservar e monitorar as onças, com colares especialmente construídos, o grande objetivo de todos no Onçafari é conscientizar fazendeiros e moradores do Pantanal da importância da onça para todo o sistema de vida local. Em breve outra fazenda, ao lado do Refúgio Ecológico Caiman, se unirá ao projeto e a área de monitoramento e preservação será ampliada.
“Desde pequeno sempre tive uma ligação muito grande com a vida selvagem. Fiz várias visitas à África e quando parei de correr decidi que queria trabalhar com preservação. Estudei vários animais pelo mundo e pensei que aqui no Brasil nós precisávamos cuidar do que é nosso. Falei com o Roberto (Klabin), que topou a ideia e como a Caiman era o lugar ideal para começarmos, implantamos ali o Projeto Onçafari”, disse Haberfeld.
O enxuto grupo de funcionários do Projeto Onçafari envolve seis pessoas no local, entre biólogos e rastreadores, todos muito ligados à preservação das onças e de toda a vida no Pantanal. Para manter a atividade o Onçafari conta com patrocinadores como Tetra Pak, Mitsubishi e Suzuki, além de doadores individuais de vários países.
Refúgio Ecológico Caiman
Nas dependências do Refúgio Ecológico Caiman, base do Projeto Onçafari, existem duas pousadas que podem ser visitadas pelos amantes do ecoturismo. Além de contato direto com a natureza, as pousadas possuem todas as facilidades modernas e os hóspedes, sempre com o acompanhamento de guias especializados e de biólogos, saem em busca de avistamentos das onças, que habituadas à presença dos veículos, podem ser fotografadas.
Animais como capivaras, jacarés, macacos, lobinhos, tamanduás e muitos outros, além de uma infinidade de aves, com destaques para a arara azul, o tucano e o tuiuiú, o símbolo do Pantanal, podem ser observados e fotografados pelos hóspedes.
Contatos para mais informações podem ser feitos pelo telefone (11) 3706-1800, pelos e-mails: projeto.oncafari@gmail.com e marketing@caiman.com.br e pelos sites www.projetooncafari.com e www.caiman.com.br
Fotos: Divulgação.
